terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Serafim


Eis que surge um retirante.
Não é aquele que veio do campo,
mas no umbral, vejo o ser contemporâneo.
Mais que um, um bando que tenta seguir adiante.

Vale a pena?
Na madrugada, antes do primeiro raio de sol,
pela comida, busão, além de um pouco de besteirol?
A luta pela sobrevivência é algo sem fim.

Tudo tão descartado.
Joga-se fora coisa-homem,
cultura, valores, propósitos, restando é muita picaretagem.
Silenciosamente, uma sociedade descarada.

Com tanta miséria em todos os cantos,
e o egoísmo em todos os lados,
o que será da esperança desses pobres rejeitados,
Serafim?