domingo, 21 de julho de 2019

Mimimínico bolsominiâmico

Bolsomini,
bigbolso.
Bolso cheio da bufunfa,
bolsominiâmico mimimínico,
de minimalismo social.
O Estado, é mínimo.
Pra educação, vai o mínimo.
Pras artes, também só o mínimo.
Pra erradicação da fome, nem mesmo o mínimo.
Pensamento crítico tem que ser mínimo.
O Nordeste também é mínimo, tudo "paraíba intragável".
Sexo deve ser mínimo, na condição cisgênero, ao estilo papai-mamãe, agrotóxico messiânico.

Bolsominis, mimimi,
mimimínimo bolsominiâmico.

sexta-feira, 21 de junho de 2019

sábado, 15 de junho de 2019

Coragem

Não é radicalização,
muito menos falta de arbitragem,
Babilônia é a voz da libertinagem,
Mathias-SP e o Parque Minhocão.
Tamo junto, na camaradagem,
nesse centro-SP de miscigenação,
preenchendo seu espaço, somos a ocupação.
O medo só se vence na existência da coragem.
Qual a ética do discurso da estética?
Por que apagar da história essa cicatriz?
Parque Minhocão já se tornou função poética.
Urge pensar além da matriz,
resgatar o uso da dialética,
aprender com o novo e sua força motriz.

quinta-feira, 13 de junho de 2019

Mergulho no som

Playsom, me preparo do bloco e salto.
Mergulhando em imaginação, sigo o pedido do coração,
ondulando o corpo seco por meio ao molhado,
flutuando pelos ares sob a pressão hidrostática que aumenta com a profundidade.

Encantado com tamanha inspiração,
os olhos se abrem, e o que enxergo fica embaçado.
Cadê os óculos... engraçado!?
Sentindo o poder das águas, como num milagre,
percebo ter esquecido os óculos de natação e, claro, o que restava da minha razão.

De uma borda à outra, extasiado,
vou do lugar estreito em direção à outra margem,
como se deixasse de lado a anatomia do corpo para contemplar a existência da alma.

Tomado por meio da fé, marchei ao fundo até onde não dava mais pé,
desnudando a concepção de corpo, a novos sentidos e ressignificações para a alma.
Sem nem dar play, nado na ondulação e mergulho por entre o som.

sexta-feira, 7 de junho de 2019

Segredos

Gosto quando me fala dos seus segredos.
Sua fala é doce, delicada e fogosa.
No sereno do dia só a lembrança da nossa prosa,
e as marcas registradas a quatro dedos.

Por gostar de saborear da vida, te chamo mesmo de gulosa.
E mesmo que ainda seja bem cedo,
fico feliz que ao meu lado possa perder o medo.
Sinto seu aroma pelos ares, mais forte que o de uma rosa.

Qual a data de validade dos sabores da vida?
Seu vácuo não quero nem mesmo em embalagem.
Pra mim tudo isso é muito mais que uma comida.

Às vezes acho que isso é uma miragem,
minha mente está toda envolvida,
seus sabores são singulares, mistura de entrega com coragem.

quarta-feira, 22 de maio de 2019

Ensolarado

Sob o friozinho do alvorecer,
o sol raiou para transmutar,
usurpar para si as emoções entre céu e mar,
levar aquilo que não se faz valer. 

Brilha forte e ofusca o luar,
luzes que irradiam e fazem arder,
urram chamas pra fazer esquecer,
extinguem ao pó, tudo, sem cessar. 

Cria com seu poderoso calor,
rupturas para novas formas de ir e vir,
y otras formas de cultivar el amor

Brincando e fazendo rir,
y voando como um beija-flor.
Ensolarado, tudo volta a florir.

sexta-feira, 17 de maio de 2019

Fragmentos


Li que “vivenciar mudanças é um aprendizado que nos torna mais conscientes” (Pitá Yuerá).
As mudas de um novo ciclo, lançadas a novas formas de movimento.
Rego cada pequeno verso e, pra mim, isso não tem jeito de fórmula, ou experimento.
Admiro como sente, e compreende, como planta o ambiente.

Levo comigo que do amor derivam todas as formas de sentimento.
Outros impulsos, como a paixão, algo definitivamente potente.
Visto que se isso não fosse amor, como é que essa forma de afeto seria assim, tão ardente?  
Estou mesmo emocionado, fazer o quê? Gosto de cada pequeno fragmento.

Yo me lancé hacia el inesperado.
Obra do acaso, sinto você, aqui, abraçada.   
Um momento, apenas, mas que foi reverberado!

Repito, minha alma foi laçada!
Orbitando no espaço como a de um degenerado.
Dalí seguiu, a quem estava endereçada.


quinta-feira, 9 de maio de 2019

Sincronicidade


Lançado ao inesperado,
abracei aquela que desejei
Raramente, rumo a um lugar encantado,
as almas falaram e eu respeitei.

Divino encanto e eu aceitei,
observo a magia, do alto, atabalhoado.
Com a sinceridade que eu encontrei,
eu me entreguei, como um amado.

Um momento, sincronicidade?
Almas imorais!
Liberdade!

Rápido percebo que possam ser até mesmo atemporais.
Obra do acaso, é a mais pura verdade.
Duvidaria se não fossem emoções tão viscerais.



domingo, 28 de abril de 2019

Bobos da corte

Como era grande meu orgulho de ser brasileiro, por ver o agreste alçar ao ao topo da geopolítica mundialEu sentia autoestima por não sermos mais considerados simplesmente o paraíso do samba, do futebol e do turismo sexual, mas também, por comprovar processos reais de mobilidade social

Há quem diga que surgiu um certo Rei adornado de bobos da corte que só envergonham nosso país e promovem o caos.

segunda-feira, 22 de abril de 2019

Fetiches desviantes

De sujeito a objeto,
o protagonismo perde-se em meio à cegueira alienante,
de todo um espetáculo montado sobre uma expectativa delirante,
de uma fantasia que toma conta do trajeto.

Sedução incondicionante,
perdem-se as pautas do projeto,
e o que era certo agora é incerto,
quando o feitiço da matéria torna-se apaixonante.

Até mesmo o mais esperto,
ao tornar seu tempo algo meramente redundante,
isolado das mais diversas formas de afeto,
segue em voltas à condição de ignorante.

E diante da nossa ideologia dominante,
Em que o protocolo de tarefas segue sempre incompleto,
em busca de coisas insignificantes,
o sujeito é tomado por sua condição de objeto.